O Ministério da Educação (MEC) anunciou mudanças significativas para os cursos de educação a distância (EAD) no Brasil, alterando as regras para a oferta dessas graduações. As novas diretrizes, que serão formalizadas por decreto, estabelecem limites mais rígidos para o ensino remoto e proíbem que determinadas graduações sejam oferecidas exclusivamente na modalidade online. Essas medidas prometem transformar o panorama do ensino superior à distância no país, afetando diretamente instituições e estudantes.
Entre as graduações que não poderão mais ser ofertadas de forma exclusiva via EAD estão cursos essenciais como Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia. Essas áreas passam a exigir obrigatoriamente a modalidade presencial, considerando a necessidade de atividades práticas e experiências presenciais para garantir a qualidade da formação. Essa decisão visa fortalecer a preparação dos profissionais e manter o padrão educacional esperado para essas profissões.
Além das proibições específicas, o MEC regulamentou as modalidades de ensino superior no Brasil, oficializando a existência da modalidade semipresencial, que combina aulas presenciais, atividades síncronas e conteúdos remotos. A partir de agora, mesmo os cursos na modalidade a distância deverão incluir no mínimo 20% de atividades presenciais e/ou síncronas, como provas e práticas em grupos reduzidos, garantindo interação direta entre alunos e professores.
O decreto também limita a carga horária a distância nos cursos presenciais para no máximo 30%, reduzindo a flexibilidade que antes permitia até 40%. Essa mudança reforça o compromisso com a qualidade do ensino, buscando maior engajamento dos estudantes e uma formação mais completa, que envolva contato direto com o corpo docente e atividades práticas indispensáveis para várias áreas do conhecimento.
Essas novas regras do MEC surgem em resposta ao crescimento acelerado da oferta de cursos de graduação EAD, que aumentou mais de 230% entre 2018 e 2023. O número de ingressantes em cursos remotos chegou a ser o dobro do registrado em cursos presenciais no último ano, o que levou o governo a estabelecer limites para garantir a qualidade do ensino e evitar precarização do processo formativo.
As instituições de ensino superior terão um prazo de dois anos para se adequar às novas normas, o que oferece um período de transição para reorganizar suas ofertas e infraestrutura. Para os estudantes que já estão matriculados em cursos que hoje são permitidos na modalidade remota, o MEC garante o direito de concluir suas graduações nas condições atuais, sem prejuízos, preservando seus investimentos e expectativas acadêmicas.
A definição clara das modalidades presencial, semipresencial e a distância traz maior segurança jurídica e pedagógica para as universidades e alunos, facilitando a adaptação às novas exigências. O MEC reforça que as atividades presenciais exigem a presença simultânea de alunos e professores, enquanto as síncronas, ainda que remotas, devem ocorrer em tempo real com interação, o que contribui para um aprendizado mais dinâmico e participativo.
Por fim, as novas regras para cursos EAD refletem o desafio do ensino superior de equilibrar qualidade, acessibilidade e inovação tecnológica. O MEC busca garantir que o crescimento da educação a distância não comprometa a formação profissional, especialmente em áreas que demandam práticas específicas. A adequação a essas normas será fundamental para o futuro do ensino superior no Brasil, mantendo o país alinhado com padrões internacionais de educação.
Autor: Floria Paeris