Uma das entidades mais renomadas de pesquisa aplicada da Alemanha trabalhará junto com o Governo Federal para acelerar processo de transição energética no Brasil
Comprometido com o desenvolvimento sustentável, o Brasil fez várias reuniões relacionadas ao tema, por toda a Europa, na última semana, entre os dias 19 e 21 de junho. Após assinar acordo com a Agência Francesa de Desenvolvimento e participar de eventos no Reino Unido, a comitiva do Ministério da Fazenda (MF) acertou uma parceria com o Instituto Fraunhofer, uma das mais renomadas entidades de pesquisa aplicada da Alemanha. O acordo terá como foco os estudos sobre utilização do hidrogênio verde — combustível que não gera emissão de carbono e que serve de matéria-prima para produtos como aço, metais e fertilizantes, ou como fonte de energia.
Durante viagem à Alemanha, na última semana, a equipe do MF que cuida do Plano de Transformação Ecológica (PTE) do Governo Federal apresentou o plano brasileiro a empresários brasileiros e alemães, assim como mostrou as oportunidades de investimento. “Apresentamos as ações do governo brasileiro para promover a produção energética e a transformação ecológica. Também assinamos, no último dia 19, uma Declaração Conjunta de Entendimento entre o MF e o Instituto Fraunhofer, da Alemanha, com o objetivo de acelerar o processo de transição energética no Brasil, considerando a parceria de longa data entre os governos do Brasil e da Alemanha”, explica Sávia Gavazza, gerente de Projeto da Secretaria Executiva do MF.
O PTE busca promover uma mudança nos paradigmas econômicos, tecnológicos e culturais em prol do desenvolvimento a partir de relações sustentáveis com a natureza e seus biomas, possibilitando a geração de riqueza com distribuição justa e compartilhada, além de melhoria na qualidade de vida das gerações presentes e futuras.
Ele apresenta um novo modelo de desenvolvimento econômico, inclusivo e sustentável, aumentando a produtividade por meio da criação e da difusão de inovações tecnológicas e da construção de uma infraestrutura sustentável, aproveitando as características geográficas e ambientais singulares do país, a ampla disponibilidade de fontes renováveis de energia e a biodiversidade abundante que o Brasil possui.
Segundo Sávia Gavazza a receptividade, tanto do empresariado alemão quanto do Instituto Fraunhofer, foi muito positiva. “Importante reforçar que a parceria com o instituto não é para consultoria técnica ou para comprarmos tecnologia desenvolvida na Alemanha. Será feito um desenvolvimento conjunto, de forma colaborativa, considerando as potencialidades do Brasil e as demandas da indústria brasileira”.
Para conseguir contribuir de fato com o desenvolvimento econômico e a resolução dos problemas da indústria nacional, a equipe do Ministério viajou com integrantes de duas grandes empresas brasileiras, a Vale e a Petrobras, além de órgãos do governo como a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que são elementos-chave nessa parceria com o Instituto. “Não queremos entrar nesse ciclo de venda de commodities. Queremos vender o aço verde e fertilizantes; não só o hidrogênio verde”, afirma Gavazza.
Durante a viagem à França, a equipe do PTE assinou acordo com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para desenvolver o Gemmes-Brasil, ferramenta inovadora destinada a identificar projetos de transição com maior potencial de geração de empregos de qualidade e aumento da resiliência macroeconômica do Brasil.
Já em Londres, o Brasil conseguiu a listagem do seu primeiro bond sustentável brasileiro na Bolsa de Valores londrina, no valor de 2 bilhões de dólares. O bond sustentável é um título denominado em dólares americanos, com prazo de sete anos e rendimento de 6,5%.