A genética é o alicerce invisível de toda pecuária moderna, como expõe Aldo Vendramin, empresário e fundador, ela define o potencial produtivo, a adaptabilidade ao ambiente e até a rentabilidade do negócio. No campo atual, em que o produtor precisa fazer mais com menos, a seleção genética se tornou a ferramenta mais estratégica para garantir eficiência, qualidade e sustentabilidade a longo prazo.
Então qual a importância da seleção genética para os produtores que buscam o bem estar animal e a expansão do negócio? Venha entender neste artigo!
A base da produtividade está nos genes
A seleção genética consiste em escolher, de maneira sistemática, os melhores indivíduos de um rebanho para reprodução. Esses animais transmitem suas características desejáveis para as próximas gerações, formando plantéis cada vez mais equilibrados e produtivos. Como apresenta o senhor Aldo Vendramin, a genética é uma tecnologia mais barata e mais duradoura do campo, porque se paga uma vez e gera resultados por décadas.
Quando bem conduzida, a seleção reduz custos de alimentação, melhora índices reprodutivos, aumenta o ganho de peso e fortalece a sanidade animal. É um investimento que transforma o desempenho zootécnico em vantagem econômica.
Das medições à genômica: o salto da pecuária de precisão
O processo de melhoramento evoluiu muito nas últimas décadas. Hoje, o criador tem acesso a avaliações genéticas detalhadas (DEP ou EBV), que estimam o valor reprodutivo de cada animal com base em dados de campo e genealogia. Com o avanço da genômica, tornou-se possível identificar marcadores de DNA associados a características de interesse, como fertilidade, precocidade, ganho de peso e resistência a doenças.

Conforme explica Aldo Vendramin, a seleção genômica antecipou o futuro. Antes era preciso esperar o desempenho da progênie, agora é possível prever o potencial de um bezerro ainda jovem. Essa antecipação acelera o progresso genético e encurta o tempo entre uma geração e outra.
A combinação entre medições de desempenho, ultrassonografia de carcaça e informações genômicas permite um olhar completo sobre o rebanho. Com isso, cada acasalamento deixa de ser aleatório e passa a ser estratégico.
Resistência, adaptabilidade e sustentabilidade
O clima cada vez mais instável e as exigências do mercado global tornaram a resistência animal um fator decisivo. Animais adaptados às condições tropicais suportam melhor o calor, os parasitas e as variações nutricionais, informa o empresário.
A busca por genética adaptada é também uma questão de responsabilidade ambiental, já que animais mais eficientes consomem menos alimento, produzem menos metano e entregam o mesmo resultado em menos tempo. Isso significa produzir mais com menor impacto.
Características como conversão alimentar, eficiência reprodutiva e rusticidade são, hoje, tão valiosas quanto peso ou conformação. Elas definem a sustentabilidade do sistema e ajudam o produtor a se manter competitivo em um cenário global de exigências ambientais cada vez maiores, evidencia Aldo Vendramin.
Seleção alinhada à reprodução e ao manejo
A genética isolada não gera progresso. Para expressar todo o seu potencial, ela precisa estar integrada à reprodução assistida, à nutrição e ao manejo sanitário. Segundo Aldo Vendramin, não adianta escolher o melhor touro se a fêmea está mal nutrida ou se o ambiente não favorece. A genética é a semente, mas o manejo é o solo onde ela floresce.
Por isso, fazendas de alto desempenho utilizam planos de acasalamento direcionados, combinando dados genéticos e produtivos para formar lotes mais equilibrados. A escolha das doadoras e receptoras segue critérios técnicos, respeitando objetivos claros de produção.
A importância dos registros e da cultura de dados
Registrar, medir e comparar são hábitos fundamentais para quem busca evolução genética contínua. As informações de nascimento, peso, ganho médio diário, fertilidade e qualidade de carcaça alimentam bancos de dados e tornam as avaliações mais precisas. Sem registros confiáveis, o processo de seleção se torna empírico e pouco eficiente. Com eles, o criador tem uma bússola objetiva, capaz de orientar investimentos e decisões com base em fatos.
Aldo Vendramin reforça que a cultura de dados é o novo diferencial competitivo do agronegócio, pois o criador que mede tudo conhece o próprio rebanho melhor do que ninguém. Ele entende onde está o ganho e onde está o desperdício, e isso é gestão pura.
O papel das pessoas e da continuidade
A genética também depende das pessoas que a aplicam. Treinar equipes para coletar dados corretamente, seguir protocolos e interpretar relatórios é essencial. Um erro de pesagem ou de anotações pode comprometer anos de trabalho. Portanto, o conhecimento humano continua sendo o elo mais importante entre a ciência e o resultado prático no campo.
Assim como considera o empresário Aldo Vendramin, a seleção genética é um processo de longo prazo, que exige paciência, disciplina e propósito. O resultado aparece geração após geração, e é isso que constrói o verdadeiro legado.
Um futuro guiado por ciência e propósito
O futuro da pecuária brasileira passa pela união entre tecnologia, sustentabilidade e ética. O uso da inteligência artificial para prever combinações genéticas e a criação de bancos de DNA nacionais já indicam uma nova era de precisão e rastreabilidade. E o produtor que souber alinhar esses avanços a uma visão estratégica continuará à frente.
A genética, como resume Aldo Vendramin, é a soma entre ciência e sensibilidade. Não basta buscar o animal perfeito, é preciso buscar o equilíbrio, aquele que produz bem, resiste ao ambiente e respeita o ritmo da natureza. Assim, a seleção genética deixa de ser apenas uma técnica e se transforma em uma filosofia de trabalho: melhorar sempre, com responsabilidade e visão de futuro.
Autor: Floria Paeris
